Por que recebemos somente o Corpo de Cristo na Santa Missa?

Esta pergunta não procede em si mesma, vista a excelência do que é a Sagrada Comunhão.

A Eucaristia é um sacramento onde as espécies de pão e vinho são consagradas por um sacerdote devidamente ordenado e se tornam o Corpo e Sangue de Jesus Cristo.

Então é já é um erro quem não pensa ou esquece, que o vinho consagrado também é Eucaristia.

A pergunta refere-se à comunhão que é dada aos fiéis pelos sacerdotes e ministros da comunhão, somente sob a espécie de pão.

A resposta é simples: para evitar profanações. O Sangue está na forma líquida, assim fica fácil por descuido cair alguma gota do precioso Sangue de Cristo no chão, e mesmo involuntariamente causar uma profanação. Assim a Igreja, conduzida pelo Espírito Santo, sabiamente interditou a comunhão em duas espécies aos fiéis, para que tais fatos não acontecessem.

Surge uma outra dúvida. Recebendo Cristo somente sob a espécie de pão, não estaremos recebendo meio Cristo? Não devemos receber também o Sangue?

São Tomás explica: Cristo está presente no sacramento da Eucaristia de dois modos: por virtude do sacramento e por natural concomitância.

Por virtude do sacramento, sob as espécies de pão está o Corpo de Cristo e sob as espécies de vinho está o Sangue. Então a virtude do sacramento é fácil de entender.

São Tomás em sua Suma teológica afirma: "Sob as espécies de pão, está o Corpo por virtude do sacramento, e o Sangue por real concomitância como se disse da Alma e da Divindade. Sob as espécies de vinho, está o Sangue de Cristo por virtude do sacramento, e o Corpo por real concomitância, como a Alma e a Divindade, já que agora, atualmente, não está o Sangue separado do seu Corpo, como esteve no tempo de sua Paixão e da morte" (Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, III, Q. 76, a. 2).

A seguir ele diz: Daqui que seja coisa clara que Cristo está todo inteiro em cada parte da espécie de pão, não só quando este é partido, mas também quando a hóstia permanece inteira" (Santo Tomás, Suma Teológica, III, Q. 76, a. 3).

Então, Cristo na Eucaristia é indivisível em si, como também indivisível em Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade, visto que hoje está inteiro no céu, seu Corpo unido ao seu Sangue. É a isto que damos o nome de real ou natural concomitância.

Se comungarmos uma Hóstia pequena ou uma grande, estaremos recebendo o mesmo Cristo inteiramente, assim como minúsculas partículas. E é por esta causa que o padre deve ter o maior cuidado com os vasos sagrados, para que não fiquem partículas de nenhuma das duas espécies consagradas.

Também recebendo somente o Corpo, ou somente o Sangue, estaremos recebendo Ele inteiramente pela sua natural concomitância.

O Papa João Paulo II veio a autorizar a comunhão sob duas espécies, advertindo sobre o cuidado que se deve ter. Lembrando que está automaticamente excomungado aquele que vier a profanar de forma voluntária a Eucaristia. Ainda sim nossos padres preferem não arriscar e usam de bom senso, dando somente a Hóstia. Que assim seja.

Estamos aberto para maiores esclarecimentos a respeito deste assunto e outros questionamento que venham a aparecer, isto pode ser enviado a nós pela página de Catequese Online no menu acima.

São José, rogai por nós!

Weslen Viana