Os papas não
só apoiavam o procedimento da Inquisição como foram seus fundadores.

Ocorre que
algumas vezes os governantes entregavam os suspeitos de heresia à justiça comum
sem averiguar direito sua culpabilidade. Ou ainda, taxavam inimigos
injustamente de hereges para tirar vantagens. Foi este o caso de Frederico II,
que desejando conquistar a Lombardia, condenou à morte, desterrou e confiscou
os bens de vários habitantes da região, acusando-os de hereges (ironicamente,
fez sua cruzada contra a heresia com um exército de árabes, o que mostra bem
o seu zelo pela fé).
Para impedir
esses abusos, o papa Gregório XI resolveu fundar o Tribunal da Inquisição,
reivindicando o direito exclusivo de julgar heresias. Só esse Tribunal poderia
declarar alguém como herege.
O Papa
visava também impedir que a população fizesse justiça com as próprias mãos.
Muitas vezes os suspeitos de heresia eram atacados sem esperar a atuação das
autoridades.
Em Soissons,
em 1120, por exemplo, demorando o bispo para punir alguns hereges, o povo os
arrancou de sua guarda para queimá-los na fogueira. Em Colônia, o próprio povo
arrombou a prisão e massacrou hereges que aguardavam julgamento. Pedro Bruys
foi assado na Sexta-feira Santa, quando assava carne para insultar os
cristãos. Há uma infinidade de outros casos.
Assim, o
Tribunal criado pelo Papa visava proteger o réu, ou seja o acusado de heresia,
dentro de normas jurídicas e eclesiásticas. Era uma oportunidade para que ele
se defendesse antes que fosse entregue às penas aplicadas pelo Estado.
Depois de
fundado por Gregório XI, o Tribunal da Santa Inquisição foi aprimorado e
acrescido de poderes pelos Papas seguintes, recebendo sempre apoio da Igreja.
Fonte: Site Montfort
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